Sou ciente dos seus sonhos

    Resolvi escrever algo diferente... Assim mesmo, em primeira pessoa do singular, porque não vou abordar educação, cultura, economia ou política... Não vou falar sobre as eleições que se aproximam... Ou sobre os conflitos no Oriente Médio... Vou discorrer sobre lembranças e sentimentos...
    Amanhã (14/9) meu filho, Nícolas César Folle, completa quinze anos. O tempo passou rápido... Muito rápido. Recordo muito bem do dia em que nasceu. Fazia frio. O céu estava cinzento - em 1999 os invernos ainda eram gelados... Mas, assim que o vi, meu coração se encheu de calor... De amor... De ternura... De bem querer... De felicidade...
    Nícolas César Folle... Hoje escrevo para você... “Querido filho! Sinto saudade do tempo em que era pequeno... Do tempo em que suas maiores preocupações eram joelhos ralados e dedos quebrados... Do tempo em que, quando caía, eu podia lhe segurar em meus braços e lhe dar todo conforto. 
    Sinto saudade do tempo em que você acreditava em super-heróis... Do tempo em que brincava de Power Rangers e de pique-esconde... Do tempo em que assistia desenhos animados e ouvia, nem tão atentamente, as fábulas e as histórias que eu lhe contava. 
    Sinto saudade do tempo em que eu segurava suas pequenas mãos entre as minhas... Do tempo em que eu zelava seu sono... Do tempo em que as palavras eram capazes de fazer cessar choros e birras... Do tempo em que você era criança e eu podia afastar todas as suas aflições.
    Nesta semana, como faço com frequência, olhei suas fotografias... Como é maravilhoso relembrar os momentos que passamos juntos. Como é bom recordar suas estripulias e suas conquistas... Como sou feliz por ter acompanhado o seu crescimento.
    Gostaria de ter, com você, brincado mais... Passeado mais... Viajado mais... Queria ter, ao seu lado, assistido mais filmes e desenhos... Lido, para você, mais histórias e fábulas. O tempo passou rápido demais e, em um piscar de olhos, você se transformou em um rapaz.
    Já faz quinze anos que você é parte fundamental da minha existência. Hoje seus “bichos-papões” são outros... Não tenho o poder de solucionar tudo o que lhe aflige. Posso, contudo, lhe apontar caminhos. Sei que nem sempre seguirá meus conselhos. Mas tenha certeza, mesmo quando decidir contrariar o que acredito ser melhor para você, que estarei ao seu lado. Conte comigo em todos os momentos de sua vida.
    Deus me deu o privilégio de ser sua mãe. Preciso dizer, como faço todos os dias, que você é um filho maravilhoso... Atencioso... Amado... Inteligente... Uma pessoa de infinita grandeza. Tenho certeza de que o futuro lhe reserva grandes conquistas.
    Peço a Deus que seu caminho seja de tranquilidade... Que sua vida seja serena... Que as alegrias sejam constantes... Que consiga alcançar seus sonhos. Felicidades hoje e sempre meu filho... Eu o amo. Muito." (Publicado originalmente, no jornal Correio Regional, dia 13/9/2014)


(Autora: Aline Brandt - Todos os direitos reservados/Lei dos Direitos Autorais N° 9610/98)

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