A bênção vem do seu interior

   Você já leu o que ousei falar sobre Deus. Você, que frequenta os meus recursos de mídia, também sabe que gosto de falar sobre sol, luz, flores, borboletas, amor e dias descompromissados. Hoje peço a sua licença para ir um pouco além dos raciocínios que você já conhece. Hoje eu quero confessar algo que lateja no meu coração desde os primeiros passos. O que realmente move o ser humano a assumir as suas direções? Seriam doutrinas religiosas? Seriam orientações paternas? Seriam orientações acadêmicas? Pois é... Este é o dilema.

   O que realmente move o ser humano a assumir as suas direções? Vou fazer aqui uma tentativa de ajudá-lo nesta busca universal de explicação. Aliás... Na verdade eu estou pedindo sua ajuda para respostas que ainda não consegui. Quando olho pela janela da minha casa vejo paisagens com múltiplas cores. Múltiplas qualidades... Múltiplas preferências. Digamos: uma paisagem que resulta de talentos, embora aprimorados, muito distintos. A quem investiu em padrões clássicos. A quem preferiu explorar o maravilhoso conjunto de cores. Tudo, porém, se harmoniza de uma forma espetacular.

   É assim que vejo a paisagem sempre que abro as cortinas da minha janela. Se você estivesse ao meu lado, num desses momentos de contemplação, certamente trocaríamos ideia sobre como isso tudo se formou. Eu aprecio demais essa indagação constante. Um mundo de diversidades infindas... Como pode se formar, acredito sem algum tipo de premeditação, algo tão perfeito. Tão bonito. Tão agradável. Você pode olhar para todos os lados e sempre encontrará um enfeite, muito bem elaborado, por alguém que sentiu como eu profunda estima pela minha cidade.

    O amor constrói os mais preciosos cenários. E de onde você me diria que parte esse sentimento tão especial? Arrisco dizer, com base em indagações que me faço incessantemente, que isso tudo é inspirado na força interior de alguns seres humanos. Sim!!! Alguns seres humanos dedicam-se a projetos que aqui nem devem ser considerados. Contudo: há seres humanos que vêm para só acrescentar positivamente. Esses são seres que não se inspiram no complexo contexto mundial para assumir rumos. São seres que assumem rumos sob o impulso de algo que vem do seu interior. 

    Esta é a chave de tudo. Perdoe-me a ousadia. Mas estou convicta de que a chave do sucesso ou do fracasso, do belo ou do deplorável, da aptidão ou da incompetência... Enfim: a chave para o caminho do bom ou do ruim está dentro de cada um de nós. A paisagem que vejo da minha janela é fruto de um conflitante conjunto de intenções e ações. Feliz concluo que preponderou a boa intenção. O bom gosto. A engenharia/arquitetura aprimorada fizeram muito bonita a minha cidade. 

    A harmonia de sentimentos e a disposição para a busca não são ditadas por aquilo que a gente vê na janela. Entendo que cada um tem um sonho, um projeto, um desejo... Estes anseios, se partem do seu mais legítimo interior, onde o não sincero fracassa, vão certamente em algum momento aprimorar a paisagem que vejo da minha janela. O progresso a qualquer custo não me é muito atraente. O meu sentimento interior aprova o ritmo de crescimento e embelezamento que hoje vejo pela minha janela. 

    Então: independentemente de qualquer outra força existente eu costumo apostar na inspiração que vem do meu interior. Mesmo que chova, esfrie, neve ou faça sol eu me mostro resignada. Os ditames do meu interior recomendam que eu jamais censure o universo. Quanto mais eu aprová-lo mais ele irá me contemplar. Talvez resida aí a razão de eu me considerar, mesmo nos momentos mais angustiantes, uma pessoa plenamente realizada. Como é agradável a paisagem que vejo da minha janela. (Autora: Aline Brandt/Todos os direitos reservados/Lei dos Direitos Autorais N° 9610/98)

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