Arquitetura dos anjos

    Eu sou forte. Resistente. Imbatível. Poxa! Você sabe, caro leitor, que estou me conscientizando disso exatamente agora. As primeiras palavras que me vieram à cabeça ao iniciar este texto são essas. Preciso de um tempo para descobrir o motivo de me terem sido ditados esses adjetivos... Tudo bem. Acho que já sei.
    Sou forte. Resistente. Imbatível. Não me lembro de, em algum momento da vida, ter me deparado com qualquer vestígio palpável de insegurança. E no tempo de raciocínio que tive minutos atrás descobri quem é a grande arquiteta da fortaleza que sou. Mãe! Em todo este tempo de vida que você sabe que tenho jamais me foi colocado algum momento de fragilidade. Você, como os leitores desta crônica, certamente receberá estas afirmativas com surpresa. Porém: pelo menos você não pode se surpreender com essas minhas colocações.
    Mãe! Se algum dia algo de ameaçador tentou se aproximar, com uma possível intenção de me tirar desta serenidade, você deve tê-lo convencido de que seria uma investida fadada ao pleno fracasso. Sempre de prontidão, para defender a família e os demais seres que lhe são caros, você usou da notável coragem que a caracteriza para fazer com que esse "algo" se afastasse com a ideia de nunca mais retornar. Mãe! Você é a hábil autora de tudo que sou. E eu sou forte, resistente, imbatível...
    Mãe! Ótimo que o universo lhe confiou a tarefa de me construir. Você, mãe, é a mais sensível das criaturas. A mais forte. A mais resistente. A mais imbatível. Por isso eu sou forte, resistente, imbatível... Meu amigo leitor... Você pode concluir que minha mãe é uma pessoa combativa. Peço-lhe que nem experimente esse raciocínio. Minha mãe, Clari Brandt, garante tudo com o coração. A grande arma da minha mãe é a bondade que carrega no coração.
    É muito comum encontrar Clari Brandt falando alto, debatendo questões complexas, emitindo opiniões... Pois é. Aí é que reside a grande virtude da minha mãe. Ela não tem medo de ser guerreira. Opta, contudo, por ser construtora do bem. Por isso, desde a mais tenra idade, eu me sinto forte, resistente, imbatível...
    Mãe! Como eu a conheço mais do que possa imaginar peço-lhe licença para fazer aqui algumas revelações. Essa exuberante figura humana, que me construiu de forma tão satisfatória, na verdade é frágil, sensível e sente os medos tão comuns a todos os seres humanos. No entanto: a sabedoria que lhe é peculiar impôs um raciocínio lógico... "Se quero criar meus filhos com as forças que não tenho preciso disfarçar que tenho."
    Mãe! Imagino o quanto foi espinhosa essa sua caminhada. Quantas vezes você deve ter chorado escondida para que eu não me sentisse triste. Quantos anos de total dedicação. Mãe! Você é angelical. Sempre que me dedico a raciocinar sobre o comportamento dos anjos é você que me inspira. Não pode existir um anjo mais bondoso do que você. Não pode existir um anjo mais poderoso do que você. Não pode existir um anjo mais resistente do que você. 
    Mãe! Eu posso ficar anos aqui escrevendo. Posso encher folhas e folhas de palavras engrandecedoras. Nenhuma atitude - tenho certeza disso - será grande o suficiente para compensar toda a sua dedicação. Então, neste domingo (8/5), eu quero lhe dizer, num momento de afago, que o seu amor, a sua bondade e a sua sabedoria me fizeram um ser forte, resistente, imbatível... 
    Mãe! Eu amo você. Não tenho procuração mas lhe asseguro que, com idêntico sentimento, lhe contemplam os meus queridos irmãos: Alice, Dalvana e Leonardo. Mãe! Amo você. Você é demais. Você é um anjo.

(Autora: Aline Brandt - Todos os direitos reservados/Lei dos Direitos Autorais N° 9610/98)
    

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